m a n i f e s t o

WhosLavoisier1@2x

Lavoisier: “Na natureza nada se perde nada se cria tudo se TRANSFORMA”
LAvoisier Não é revoluç\ão, Lavoisier é partilha antropofágica
Lavoisier é anarquia responsável,
LavoIsier é transcender o universalismo inerente a qualquer um
LavOisier é ser sentido como se não o tivesse, ter como não sendo, o senão, de o ter sido
LaVoisier é voz calada de colónia aborrecida, com caipirinha de povo adormecido
LAvoisiEr cresce desaparecendo do meandro visual, neblina atenta
LAVOISIEr é atenção
LaVOISIER é redenção orgulhosa, pertinente de quem vem da terra,
LaVOIsier é terra em mar bravio, é onda em morro salgado
LavoisiER é Beatles
LAvoiSIER é Catarina Chitas
LavoiSier não é ordem, é progresso
LavOISIEr é miragem no seio Alentejano, com horizonte em Trás-os-Montes
LaVoIsiER é morder como quem beija, é ser como quem seja é ver como quem viu
LavOisieR sempre foi o que será, sem saber de queé feito, sem saber de queéfeito
lAvoisier recusa a esquerda a direita e o centro mas aceita o mesmerismo.
LaVoiSieR é musica cantada, é som tocado por humana mão
LaVoiSIer é John Gil, Caetano Mccartney, Elis Simone, João Buckley, Zeca Buarque, afonso relvas
LavOISIER é esconder o que já se vê, é ouvir o que se quer esconder

“In Nature, there are no losses; there is no creation, only transformations…”
Antoine Laurent de Lavoisier

Lead by the spirit of ”tropicalismo”, we try to see music not only as a matter of individuality, but as a full sense of
awareness and presence in the world we’re living in right now. A world that already existed before.
Antropofagia (act of cannibalism practiced between ancient tribes all over the globe, act of eating someone of their own
species), was one of the arguments that represented the modernist movement in Brazil. Oswald de Andrade, a Brazilian
poet, wrote in the early 1920’s the manifest of Antropofagia, trying to idealize an identity for such a multicultural and
multiethnic people Brazilians were.
In the beginning of the 1970’s, a movement started growing in Brazil, with Caetano Veloso and Gilberto Gil as its most
enthusiastic supporters. They both used antropofagia as a way to what they came to call “Tropicalismo”, since they, too,
felt they were “eating” European, American and African music, and with this digestion, instead of very pure musical
identity, they were mixing their own music’s “melting pot”. Also in the late 60 s, early 70 s, a series called “O Povo que
Canta” was being recorded and produced in Portugal. This series had the purpose of recollecting old portuguese folk
songs, that were left untouched by the industrialization processes. This project was lead by Michel Giacometti, with the
remarkable help of Fernando Lopes Graça. The two had an important role not only in reuniting such precious assets of
portuguese culture, but also in the fundamental study of portuguese popular music they developed.
The project Lavoisier, was built on the inner need of making music. Whether it is sung in Portuguese or in English it
doesn’t matter since the principal purpose is to fulfill our very first instinct that was Music. Lavoisier is a Portuguese
couple influenced by each other and the whole world of sensations that music can bring along, and while sharing the
same spirit of the Tropicalistas, Michel Giacometti and Fernando Lopes Graça, they head towards their own musical
expression, with no fears and no preconceptions about anything.

LAVOISIER é formado por Roberto Afonso e Patrícia Relvas, que nasce com a necessidade interior de criar um diálogo, onde a expressão musical é elevada ao seu expoente mais sensível. A estadia em Berlim entre 2009 e 2013 criou-lhes um novo olhar e, com a distância, chegou a inevitável “saudade”. Depois de consolidar conceptualmente o projecto na antropofagia adoptada pelos Tropicalistas brasileiros nos anos 70, o primeiro passo para a sua aproximação à música tradicional portuguesa teve origem no trabalho de recolha musical, levado a cabo por Michel Giacometti e Fernando Lopes Graça. Foi através desses registos que se apaixonaram pelo canto do povo português e conheceram as suas maiores fontes de inspiração que são, afinal, as suas próprias raízes. E foi com esse espírito que começou a jornada de Lavoisier, rumo a uma maior percepção da essência musical, onde a dualidade liberdade/responsabilidade é inerente à célebre frase: “Na Natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma…”

“Lavoisier é uma química roubada e transformada.
É impossível de criar.
Lavoisier é a voz de Patrícia Relvas e
a guitarra eléctrica de Roberto Afonso.
Lavoisier começou enquanto terapia musical berlinense
para tratar uma crise de identidade lusitânica.
Lavoisier é música antropofágica que primeiro desconfia
e depois fia de novo, para morder como quem beija.
É John Gil, Caetano Mccartney, Elis Simone, João Buckley,
Zeca Buarque, Afonso Relvas.
Lavoisier é dar nome ao oxigénio.
Lavoisier é pateada de bom gosto e palmas à palmatória.
É impossível de perder.”
* texto que rouba e transforma o manifesto Lavoisier
Hugo Henriques

“Triggered by «the inner need to make music», this Portuguese couple takes inspiration from each other as well as the range of emotions and sensations that can be carried by sound. Named after Antoine Laurent de Lavoisier, who once stated that «In nature nothing is created, nothing is lost, everything changes» their charming boy-girl interplay, backed by the simplest of musical means, reappropriates slivers of European, American and African compositions for their own folk-based explorations. Also in the mix: Lennon-esque chords and a spirit of ‘tropicalismo’ that suffuses their world – past, present and future”.
MERCEDES BENZ MIXTAPE

Toda a gente tem uma opinião”, diz o primeiro verso do primeiro single de ‘É Teu’, o novo disco dos Lavoisier.
É com esta simplicidade e coragem que tratam a palavra, é assim a fantasia pop em que mergulham Patrícia Relvas
e Roberto Afonso. Manejar a língua portuguesa é isto, interpretá-la com esse encanto mesmo dizendo o óbvio.
Aqui a tradição revisita-se com um charme fora de comum. O classicismo virado do avesso, nunca deixando as raízes
do tal folclore que só é arcaico quando deixarem de existir expressões como as de Lavoisier.
Não há um par tão criativo que desenhe diálogos líricos com a mesma mestria. Uma beleza que percorre os coros e a palavra.
Os timbres entrelaçam-se como a paixão que põem na verdade da sua música. Se por um lado o dedilhar da guitarra nos
transporta para as ruas da tradição da música popular, pelo outro, a dimensão sónica que criam os vários espaços de toda a
atmosfera do disco – ámen, José Fortes! -, levam-nos para um universo único da música portuguesa. As guinadas de tempo,
as respirações, a intensidade, tudo é original neste discurso. A minha opinião vale o que vale. No entanto, os Lavoisier merecem
a nossa atenção, pois vem aí um disco demasiado importante para para que o deixemos passar.”

Joaquim Quadros Vodafone FM